Com Marília Gabriela
Anna se apresentou como uma mulher empreendedora e curiosa, que sempre buscou a felicidade. A felicidade é seu tema predileto e seu objetivo de vida.
Neta de Ana de Assis, a consultora afirmou que em sua vida familiar não faltava dinheiro e saúde, mas felicidade ela não encontrava. Estudou em colégio de freira e lá, felicidade, nem pensar. Mas sempre acreditou que a felicidade existia. Em sua busca, após cursar o colégio, foi procurar pela tal felicidade em vários lugares, no espiritismo, no budismo, nos namoros, nas noitadas, fora do país...
Casou-se e,depois de um tempo,se separou do marido e não se sentia uma pessoa feliz. Desistiu de Deus, pois não o encontrava em religião nenhuma. Quando já tinha seus quatro filhos, resolveu estudar física para entender o mundo já que, para ela, Deus não explicava e nem tinha poder sob o funcionamento da Terra. Ela ainda buscava um sentido maior para a sua vida. Foi na Universidade Federal do Rio de Janeiro, numa sala repleta de alunos, durante uma aula de física, que ela encontrou suas respostas e a tão esperada felicidade. Nessa época, ainda estava separada e o impacto da sua descoberta foi tamanho que ela não se recorda como conseguiu voltar para casa naquele dia. "Foi um o momento de luz", comenta.
Chegou a conclusão de que estava tudo errado. Ela se via cercada de infelicidade e o erro era só dela. A felicidade estava em seu interior e a única pessoa responsável pelos acontecimentos em sua vida era ela mesma. Não era problema do marido, dos filhos, da política, da economia nacional, o problema estava com ela e a solução também. Começou a mudar seu estilo de vida. Voltou para o marido, reatou o casamento, fechou sua fábrica de roupa mesmo com dívidas, e se resolveu investir na felicidade. As pessoas em sua volta não entendiam as mudanças e questionavam suas atitudes.
Um dia, um amigo resolveu conversar sério sobre o assunto. Queria saber qual o segredo da sua mudança de vida. A resposta de Anna foi objetiva - "é a física", disse. Ele propôs pagá-la para que se encontrassem formalmente e ela pudesse explicar detalhadamente o que aprendeu com a física conceitual. Ele disponibilizou o dinheiro que gastava com seu analista para participar de reuniões com Anna Sharp. E assim a consultora iniciou a sua carreira. Em poucas semanas, sua agenda estava lotada. Havia descoberto o seu dom e as portas começaram a se abrir.
Seu irmão a questionava, dizendo que ela não era terapeuta e que estaria exercendo uma profissão sem ser habilitada. Resolveu, então, fazer psicologia. Não chegou a se formar, pois viu que esse não era o caminho certo. Por sugestão de seu marido foi ao exterior se interar sobre os movimentos da "nova era" que surgiram nos anos 70, as terapias alternativas. Nos Estados Unidos conquistou vários diplomas que a autorizaram a exercer a profissão de terapeuta. Voltando ao Brasil, continuou dando aulas de física prática e seu nome começou a ficar conhecido no mercado. A convite de um amigo que havia assumido a presidência da Telemar, deu seu primeiro seminário em uma empresa para atender a diretoria da instituição.
A Telemar tinha inúmeros funcionários e a consultora viu que poderia ajudar o crescimento da empresa, transmitindo seus conhecimentos a todos os colaboradores. Seu amigo não concordou, achava que nem todos os funcionários entenderiam o que ela tinha a dizer. Para sair daquele impasse, Anna fez uma proposta ousada, ela daria de graça o seminário para 100 alunos. Se desse resultado, ele pagaria o curso para o restante do pessoal. A consultora acabou dando o curso para 3 mil funcionários e como resultado recuperou dezenas de pessoas alcoólatras, drogadas, analfabetas, em fim, pessoas simples que moravam em favelas. "Esse foi o trabalho mais gratificante da minha vida" afirma a terapeuta. Esse um grande salto na carreira de Anna que hoje dá palestras no mundo todo.
Continuando sua apresentação, Anna disse que daria ao Instituto Via de Acesso e a todos os presentes, o coração de seu seminário. Mostraria as ferramentas que possibilitam uma mudança de vida e que fizeram dela a pessoa mais feliz do mundo. Mas alerta, "elas precisam ser praticadas, só conhecer a teoria não adianta, a prática é que traz a felicidade".
Segundo a consultora, nossa história começa na era do "fazer" onde o poder estava nas mãos dos proprietários de terras. Após a revolução industrial passamos para a era do "ter", onde o poder era medido pelos bens conquistados. Pouco a pouco foi constado que o "fazer" e o "ter" não trouxeram ao homem a felicidade desejada. Então iniciou-se o movimento da "nova era" em busca da felicidade. Foi a época dos hippies, dos anos 60. A insatisfação acabou por nos levar finalmente para a era do "ser". Paramos de procurar a satisfação no mundo lá fora e olhamos para dentro. O poder hoje está com os produtores do abstrato, está com quem tem criatividade e conhecimento.
O poder está com quem conhece a sopa quântica e o segredo está em saber mexer com esta sopa. Newton, no século XVII, explicou a natureza como uma máquina de relógio. Tudo foi fragmentado. Surgiram as especializações, o médico passou a atender uma especialidade e não via mais o paciente como um todo, por exemplo. O mundo e o ser humano passaram a ser vistos como peças de uma engrenagem. Nós nos tornamos tão especializados que transformamos a máquina em algo maior. Passamos a ver o mundo de forma globalizada. Voltamos a unidade de onde saímos. E é essa unidade que nos fará dar um salto quântico na humanidade. "Estamos no limiar de algo muito bom, indo ao encontro do conhecimento da plenitude, estamos no caminho da felicidade", afirma. Para Anna o problema é que vivemos uma crise de percepção.
Nós não percebemos o que o mestre da física nos ensinou. Somos energia pura. O mundo externo é reflexo do mundo interno, segundo Einstein. Não existe intervalo entre a mente e a matéria. "O que eu penso é o que eu materializo", comenta Anna. Somos responsáveis por tudo aquilo que criamos.
Para a terapeuta, só alcançaremos o estágio de plenitude quando tomarmos conhecimento da sopa quântica. E para construirmos nossa sopa precisemos de algumas qualidades:
1) Atenção para se libertar do automatismo. Somos robôs, repetimos acontecimentos.
2) Esforço para compreender o diferente. Tentar entender o outro e mundo que ele enxerga.
3) Responsabilidade para aprender com os próprios erros. O erro é a maior aprendizagem. Ouse, erre e não repita o erro. Culpa é uma palavra que deve ser enterrada para sempre.
Anna afirma que somos induzidos pelo pensamento cartesiano, a ver para crer. Isso não é verdade. A física comprova que os átomos não existem até o momento em que se decide olhar para ele. Então, o universo físico também não existe sem os nossos pensamentos sobre ele. È preciso crer para ver. Você não vê o que você não acredita que exista. O mundo muda. Não vemos os campos energéticos, os ácaros, os micróbios, mas eles existem e você sabe disso. As partículas dos objetos são abstratas. O modo como elas se apresentam depende da maneira como olhamos. Ora como ondas, ora como partículas. Por exemplo, posso estar procurando os óculos e não acreditar que ele está perto, então eu não vejo. Mas ele está na minha frente. Estou com uma idéia pré-concebida que não me permite enxergar. Os óculos viraram ondas, naquele momento. Existe um laboratório na fronteira da Suíça com a França, onde um reator prova esse conceito.
O comportamento dessas sub-partículas é influenciado pelo método de observação que empregamos,como se elas soubessem o que esperamos observar. O pensamento verdadeiro é uma crença. A crença é que comanda as sub-partículas e não o nosso desejo. Essa crença é seu programa mental. Você não cria esse programa, você aceita esse programa que lhe é imposto por circunstâncias.
Quando nós não olhamos são apenas possibilidades, quando olhamos são partículas. Estamos falando do olhar da consciência. Se eu sei que algo existe, ele deixa de ser uma possibilidade e passa a ser real. O observador é participante. O ato de observação altera fisicamente a natureza do que está sendo observado, criando a realidade das nossas observações. É o nosso olhar que define o que vemos.
Com base nesses conceitos, a consultora afirma, "Não há nada que não possamos ser, fazer ou ter. Precisamos focar a nossa atenção naquele objetivo". Para Anna tudo é possível. O problema é que pensamos muito mais no que não queremos que aconteça. Nós só vemos o que nos ensinaram que era possível ver. Precisamos nos concentrar naquilo que desejamos viver. Estamos paralisados em nossas verdades e em nossas crenças, ficamos incapazes de nos movimentar para enxergar novas possibilidades que nos permitiriam mudar o que pensamos e, consequentemente, o que sentimos e o que criamos. Para a terapeuta, precisamos abrir nossas crenças e nos conscientizarmos de que não sabemos de nada. "Só sei que não sei nada", comenta. É preciso que não tenhamos medo de nosso poder para darmos um salto quântico em nossas vidas. Anna cita uma afirmação de Newton que diz, "A imaginação é mais importante que o conhecimento".
A receita da sopa quântica é a crença. O pensamento é decorrente da crença. A emoção vem do pensamento. E essa emoção sugere uma ação que você materializa. Esse é o processo de criação. Existem ferramentas que auxiliam as pessoas a mudarem suas crenças.
Anna reafirma que nós estamos no comando de nossas vidas. È o nosso olhar. Somos umas "baterias atômicas". Vivemos em um mundo de efeito, onde tudo vibra em constante movimento. Nossos pensamentos são ondas que vibram de acordo com o que acreditamos.
Segundo a consultora, o átomo dança na onda eletro-magnética em um ritmo de expulsão e atração. Com esse movimento, através dos pensamentos, ações e principalmente das emoções; enviamos e atraímos o mesmo tipo de energia. As ondas voltam. "A vida é como jogar uma bola na parede. Só devemos jogar o que conseguimos receber de volta", comenta. Para Albert Einstein, "A vida não dá e nem empresta. Ela não se comove e nem se apieda. Tudo que ela faz é retribuir o que nós lhe oferecemos".
Cada pensamento cria uma molécula. E a molécula é matéria. Nós temos em média 26 mil pensamentos por dia. Os pensamentos são decorrentes de nossas crenças. O problema é que 95% do que pensamos é igual ao pensamento de ontem, da semana passada, do mês passado e do ano passado. O mesmo pensamento repetido cria suficientes moléculas para materializar qualquer coisa. O pensamento aliado à emoção é a essência da matéria.
Nós falamos da física quântica como a nova física, que diz que a sub-partícula de matéria contém um todo. Essa nova física existe desde 1920 e nós ainda não aplicamos seus conceitos.
A emoção é química. Sentimento nós só temos um,o amor. Amor não é química, não vem do corpo. Emoção é fruto do neuro-transmissor. Ficamos viciados no tipo de química que produzimos com determinadas emoções. Existem pessoas viciadas no fracasso. Dominados pelo vício, recriamos inconscientemente situações para sentirmos a mesma sensação. O sistema não permite que tenhamos amor, saúde e dinheiro sem nos sentirmos culpados. Nós podemos tudo e não somos culpados de nada. As emoções são uma constante fonte de energia e as principais responsáveis por nossas ações, assim como pela maioria das doenças. Poucos percebem que a qualidade de vida depende primordialmente das emoções que impulsionam nossas ações. È preciso usar atenção, esforço e responsabilidade para não permitir que as emoções negativas tomem conta de nossas vidas.
Através de uma experiência pessoal, quando foi convidada a percorrer o Caminho de Santiago, Anna passou a se conhecer melhor. Com esse auto-conhecimento definiu o diagrama das raízes emocionais anti-éticas, destrutivas e culturais. São nove demônios que estão dentro de nós o tempo todo, diariamente. Entramos todos os dias na onipotência, no julgamento, na rejeição, na culpa, no medo, na raiva, na carência, no orgulho e no poder (é a maçã). Imagina o que circula diariamente em nossas ondas. O correto seria nos fixarmos no diagrama das raízes emocionais éticas, positivas e naturais. Seria percorrermos nossos dias na humildade, na compreensão, na aceitação, na responsabilidade, na auto-preservação, na justa indignação, na união, no prazer e na competência. Não temos que provar nada, temos que realizar as coisas por prazer, estamos no planeta dos sentidos. Temos que usar nosso potencial, nossa competência, nosso talento. Você é única, sua digital é única. Ninguém faz o que você faz do seu jeito. Não existe culpa. Podemos renascer a cada dia, a cada pensamento e a cada emoção.
Toda a criação humana teve origem a partir da imaginação de alguma mente. E todo pensamento tem uma seqüência que emite sinais. Essa é a lei da atração. É preciso assumir a responsabilidade de que nós somos a grande causa, somos os criadores dos efeitos de nossa vida. O físico David Bono afirmou, "o campo quântico é um meio contínuo presente em todo o universo. Um tipo de energia maleável à intenção humana. Como se nossa expectativa pudesse causar ou afetar outros fluxos de energia".
Para a terapeuta, precisamos alcançar o nosso lugar de direito. Sermos deuses de nossas próprias vidas. A competência é uma manifestação de seu potencial. E o poder é a onipotência do ego. A competição é o desejo de afirmação. Já o potencial é fruto da humildade. Todo o conhecimento está contido em cada indivíduo e em cada coisa. Do micro ao macro é um todo completo. Somos completos e únicos. O que define o que vemos é a crença. Uma mistura de memória com interpretação pessoal. Não estamos no mundo. O mundo que percebemos está dentro de nós. É efeito de nossas idéias. Somos um todo dinâmico e inseparável. Somos o universo olhando para si mesmo, dentro de si mesmo. Somos um!
Para finalizar, Anna afirma que estamos vivendo um momento especial "a casca velha vai cair e algo novo vai nascer. Estamos chegando lá, estamos em um processo de conscientização da humanidade". Para ela, o trabalho do Instituto Via de Acesso já é um caminho para o novo, para o mundo que está por vir e que será muito melhor.
( postado por Banca da Cultura Sustentável)
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