Ano passado, tive a oportunidade de conhecer a cidade de Goiás (velho), antiga capital do Estado de Goiás. Fui com um grupo de amigos , sendo que minha amiga de nome Sonia , é uma apaixonada por uma poetisa natural dessa cidade, Goiás Velho. E por causa de sua admiração tivemos a oportunidade de ir até lá.
Uma cidade com características da época colonial, estilo Paraty, com ruas com pedras bem largas. Um rio corta a cidade e se bem me recordo chama-se Rio Vermelho.
Ana Lins dos Guimarães Peixoto Bretas, Cora Coralina, nasceu nesta cidade no dia 20 de agosto de 1889; onde permaneceu até 1911 quando mudou-se para o interior de São Paulo e posteriormente para a capital.
Aprendi com a Sonia, minha amiga, que Cora fora uma mulher muito a frente de seu tempo. Uma autoditada que ao longo do caminho trabalhou muito para sobreviver e criar seus quatro filhos.
Uma mulher comum, simples, com dificuldades pessoais, que desmpenhava vários papéis sendo uma só ... mulher.
Cora começou a escrever desde muito jovem e iniciou sua carreira literária aos 14 anos. Os temas de sua poesia, quase sempre , estão relacionados com a vida, o cotidiano, as aflições humanas, enfim...
Seu primeiro livro foi publicado quando Cora tinha 76 anos e Carlos Drummond de Andrade encantou-se por sua obra sendo o responsável por sua apresentação ao público quando Cora fazia quase 90 anos.
Cora Coralina é um exemplo de força interior, determinação, uma pessoa simples , que teve que trabalhar , estudar muito para fazer todas suas conquistas.
Cora retornou para sua cidade natal em 1954, para mesma casa onde viveu até a juventude; na Casa Velha da Ponte.
Minha Cidade, poesia de Cora Coralina
Eu sou a dureza desses morros
Revirados,
Enflorados,
Lascados a machado,
Lanhados, lacerados.
Queimados pelo fogo.
Pastados,
Calcinados,
Renascidos.
Minha vida,
Meus sentidos,
Minha estética,
Todas as vibrações
De minha sensibilidade
De mulher
Tem, aqui, suas raízes.
Eu sou a menina feia
Da ponte da Lapa.
Eu sou Aninha.
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