Pensei em escrever alguma coisa sobre o bigbrother, programa pelo qual tenho grande dificuldade em conseguir assistir. Acompanho através dos comentários de pessoas amigas, conhecidas. Mas o fato é que fico impressionada com a mobilização que existe do público que passa a dar opiniões e vivenciar o programa como se fizesse parte da sua "família". Seria maravilhoso se essa mobilização fosse, também, usada em prol de nossas vidas, nossos direitos como cidadãos.
Hoje estive no blog do Tico Santa Cruz, com quem me identifico bastante, muitas de suas ideias e como analisa situações.Gosto de sua forma clara, inteligente e crítica de escrever. Resolvi compartilhar com vocês o texto que ele escreveu sobre o programa:
"Não entrarei no mérito de discutir estratégias, recursos, amizades, falsidades ou qualquer outra relação com o programa que tem seu objetivo bem claro. Ganhar dinheiro, seja com o prêmio final por parte dos participantes, ou com o entretenimento que faz o público grudar na telinha todas as noites para vivenciar a novela da vida real. Poderia arrumar uma série de justificativas um tanto intelectualóides e rumar para a psicologia, psicanálise e citar nomes de pensadores e escritores importantes que adorariam ter um laboratório como este para estudar o comportamento humano. Talvez isso justificasse os super cultos a se legitimarem o programa. Bobagem, para isso também esta mesma pessoa deveria acompanhar o desenrolar da história pelo PPV que é o único meio que, creio eu ( não assisti por esse sistema ) não tem edições.
Edições.
Arma eficiente e indispensável para o lúdico do cinema, da Tv e de qualquer outro veículo de informação e divertimento.
Um show sem edições, mostraria a plateia dispersa ou fria em diversos momentos. Por isso um DVD é gravado com câmeras apontadas para o público se aproveitando dos instantes em que este está mais entusiasmado para ser usado quando falta a mesma energia. Um programa de auditório que não está "Ao vivo" precisa de um animador para pedir a platéia que bata palmas, grite e aja feito macaquinhos amestrados para dar a impressão de que o tempo todo o pique do negócio não caiu e assim passar ao telespectador o encantamento necessário para estar satisfeito.
O mundo é praticamente TODO editado, por isso considero que vivemos numa grande Matrix e por muito tempo lutei contra para tentar "despertar" as pessoas para estas funções, inclusive na política, nas notícias de jornais e etc. Contudo o relógio gira e trás o amadurecimento. Com amadurecimento passei a equilibrar melhor as coisas, deixei de ser radical, intelectualóide tapadão, como havia me tornado por obra do estreitamento da minha relação com a filosofia, literatura e com os estudos com os quais me envolvi. Voltei a assistir jogos de futebol, alguns programas de televisão e fazer coisas que inclusive criticava como veículo de alienação. Não deixei meus livros de lado, nem minhas ações sócio-políticas órfãs de minha disciplina e determinação, porém busquei aliviar um pouco a tensão diversificando meu leque de opções. Isso me fez bem.
Dourado não dormiu tranquilo e nem vai dormir até a ficha cair. Muitos pensamentos atormentam aquele que alça o sucesso, que conquista uma grande vitória, que supera os que desdenharam, ridicularizaram e desacreditaram no andarilho rumo ao seu sucesso. Todos estes ingredientes quando se sabe usar a favor, se tornam um combustível muito poderoso e foi dele que suponho que Marcelo tenha se alimentado para vencer.
O Big Brother mobilizou milhões de brasileiros, e jogou luz em temas importantes como a Homofobia, o machismo, a suástica tatuada no vencedor e uma série de outros que não passaram despercebidos pela grande maioria, tendo em vista que foi o mote explorado para o sucesso do programa.
O fanatismo sempre foi obra do terror, em qualquer âmbito, seja religioso, seja cultural, comportamental. Tenho pavor de fanáticos que são capazes de fazer qualquer coisa por seus amuletos, seus gurus, seus Deuses, seus ídolos. Por isso opiniões radicais só servem para floreio em textos como este. Para defender uma opinião, uma causa é preciso vivê-la e neste aspecto respeito muito o ponto de vista de pessoas como o Jean Willys que bradou de todas as formas que teve suas considerações sobre o tema em questão. Outros Gays ativistas também se alinharam a uma mesma tese para defender seus direitos e se erraram, AO MEU VER, erraram apenas por confundir HOMOFOBIA com o direito de uma pessoa de não compartilhar do gosto pela mesma orientação sexual e EXPLICITAR SUA OPINIÃO PUBLICAMENTE. Homofobia é crime, tem uma lei transitando no congresso que em breve deverá (PRECISA ) ser aprovada tornando a agressão e a humilhação de homossexuais passível de punição legal e isso é de suma importância para defender os direitos de seres humanos que são sim, violentados por coexistir com desejos e orientações sexuais diferentes. Porém, definitivamente, Dourado não foi homofóbico, ao contrário, conviveu com as diferenças muito bem e espero que tenha aprendido com isso.
É muito comum que qualquer pessoa que seja muito criticada e rechaçada tome uma postura defensiva e nesse momento torna-se comum também que enxergue em qualquer discordância com suas opiniões uma perseguição. É uma questão que deve ser tratada com muita atenção, sutileza e de forma inteligente para não confundir a reflexão de uma parte da população que em geral não se interessa por temas como esses. Aproveitando o momento e a luz que fora jogada por um programa de grande audiência e tal influencia vale a pena abordar com respeito e agir RACIONALMENTE para então, quem sabe, usar toda essa mobilização em prol do movimento Gay e não polarizar com quem já tem certa dificuldade em aceitar as diferenças.
As ameaças que o Dourado fez na casa nos seus momentos de cólera, são muito comuns em milhões de lares do Brasil, grosserias, comportamentos condenáveis pela ordem da boa educação e até do bom senso, todavia, COMUNS, a diferença é que não há câmeras filmando os homens e mulheres em seus relacionamentos cotidiano . O que não é normal, volto a salientar, é partir da ameaça para a agressão. Usar a intimidação verbal para submeter outro indivíduo a uma condição humilhante e me corrijam se existiu alguma vítima ali. Todos mostraram suas faces, suas falsidades, suas máscaras, seus venenos e também mostraram qualidades e virtudes que montaram uma rede de identificações, nessa rede se formaram torcidas e toda torcida tem um bom percentual passional, o que acaba por cegar as análises e comprometê-las a um julgamento equivocado.
Todos temos preconceitos. Quem não tem?
Alguns assumem, outros disfarçam.
Por termos em nossa condição humana o ato do julgamento imediato, isso nos impõe uma série de preconceitos que podem ser corrigidos se nos disponibilizarmos a conhecer melhor o objeto ao qual tecemos críticas. No entanto é preciso não confundir preconceito, com pré-conceito e com Gosto.
Por fim, na movimentação que rende lucros a todos os envolvidos em editoriais sobre o BBB foi colocada a relação de Dourado com o Nazismo. Esse a meu ver foi o movimento mais grotesco. Hitler usou um símbolo a seu favor, subvertendo seu significado que é muito mais antigo do que sua insanidade. A suástica de Ganesha está presente na religião HINDU. Suástica em SÂNSCRITO significa "Boa Sorte". Quando pesquisamos sobre a suástica hindu, descobrimos que ela é tida como um símbolo da benevolência e da paz. Se antigamente, ela simbolizava a sorte, hoje é sinônimo de barbárie, crueldade e genocídio em quase todo o mundo. E como não é o forte de muitos jornalistas e de muitos brasileiros se APROFUNDAR nos temas que aborda, preferindo repetir apenas os paradigmas, a confusão se estabeleceu gerando INCLUSIVE ações do MP e das organizações judaicas.
Todos os participantes do BBB sabem os prós e contras de entrar para "a vida pública". Hoje o Glamour e o desejo de se tornar uma celebridade tomou conta dos objetivos de vida de muitas pessoas. Se antigamente MUITOS jovens do sexo masculino ao serem perguntados sobre o que queriam ser quando crescessem, respondiam "Jogador de Futebol" sinalizando o desejo do reconhecimento e as meninas desejavam ser atriz ou modelo ( depois dançarina de funk ou axé ), hoje, aqueles que querem apenas a fama quando perguntados o que desejam ser quando crescerem apostam suas fichas numa chance de um reality show ou em ... ( editei )
E por parte do público. Espero que tenham a mesma disposição que demonstraram no BBB para as eleições no Brasil. Imaginem todas estas pessoas que pesquisaram detalhes sobre a vida dos participantes para usar como argumentos em suas empreitadas para angariar votos, fazendo o mesmo movimento, as mesmas pesquisas sobre os candidatos que teremos que escolher para os cargos importantes do país.... QUE MARAVILHA SERÁ! "( por Tico Santa Cruz)
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